A CACHAÇA
Sabemos que a produção da primeira bebida destilada das Américas aconteceu em território brasileiro, em algum engenho do litoral, entre os anos de 1516 e 1532, antes mesmo do aparecimento do pisco peruano, da tequila mexicana e do rum caribenho.
Desde então o destilado ganhou o mundo, começando pelas longas viagens até Portugal, no início do período colonial brasileiro até se tornar moeda no comércio exterior.
Em 1660, chegou a motivar o episódio conhecido como “Revolta da Cachaça”, uma rebelião do Brasil colônia, contra o domínio Português sobre os impostos da bebida implementados pelo governador da capitania do Rio de Janeiro, que culminou na morte do líder dos rebeldes no ano seguinte.
Apesar de ser uma bebida que surgiu praticamente junto com a colonização, apenas em 1973 a cachaça teve seu registro oficializado quanto a sua origem, padronização e controle.
A classificação de “bebida típica e exclusiva do Brasil” no International Bartender Association (IBA veio somente na década de 1990, após inúmeros aperfeiçoamentos de sua produção.
Já neste século, no ano de 2012, com todas as tecnologias, aromas diferenciados e milhares de apaixonados pelo mundo afora, os Estados Unidos reconheceram a originalidade e a titularidade da bebida para o cenário internacional, substituindo assim o termo genérico de “brazilian rum”, por “cachaça”.
1531
Martim Afonso de Souza funda a Vila de São Vicente, dando início ao plantio de cana, e são construídos os engenhos Madre de Deus, do Governador de São João.
1550
Martim Afonso de Souza funda a Vila de São Vicente, dando início ao plantio de cana, e são construídos os engenhos Madre de Deus, do Governador de São João.
1572
No litoral peruano, no vilarejo de “Pishqu”, começa a ser produzido uma bebida destilada a base de uva. Seria o início da produção Pisco.
1585
O Brasil possui o registro de 192 Engenhos de Açucar.
1622
No livro de contas do Engenho de Nossa Senhora da Purificação de Sergipe do Conde, foi relatado cálculos de despesas com a produção de aguardente.
1629
No livro de contas do Engenho de Nossa Senhora da Purificação de Sergipe do Conde, foi relatado cálculos de despesas com a produção de aguardente.
1635
O mercado português da bagaceira é desestabilizado pelo comércio da cachaça. Desta forma, a Coroa portuguesa, institui um decreto que proíbe a venda da cachaça na Bahia.
1649
A fabricação e a venda da aguardente é proibida pela Coroa portuguesa, que expede a Carta Régia. O motivo é a concorrência com a bagaceira portuguesa.
1660
Revolta da Cachaça (RJ). Indignados com as cobranças de impostos da Coroa e perseguidos por vender o destilado, os produtores e proprietários dos engenho se revoltam e tomam o poder.
1743
Um decreto proibiu a produção de aguardente na Capitania da Bahia. Porém, os engenhos espalharam-se pela Capitania de Minas, suprindo o mercado interno e exportando para as outras capitanias.
1748
Nova Ordem Régia proíbe a utilização de escravos nos alambiques da capitania de Minas, que deveriam ser dedicados à extração de ouro.
1755
Lisboa é devastada por um grande terremoto e nada melhor que criar um novo imposto para ajudar na reconstrução da cidade. E claro, sobre a produção da cachaça.
1750-1770
A extração e a exportação de ouro passam a ser as principais atividades econômicas do Brasil, no Ciclo do Ouro, que vai durar até o fim do século XVIII.
1772
É criado um Subsídio Literário sobre a venda da cachaça e carnes frescas. O imposto é destinado ao pagamento de professores.
1786
Registro do uso da palavra cachaça nas Cartas Chilenas, de Tomás Antônio Gonzaga.
1789
No ano da Revolução Francesa e da Inconfidência Mineira, conta-se que Tiradentes, em forma de resistência, pediu uma dose da cachaça antes de morrer, em Coronel Xavier Chaves.
1790
Já no fim do Ciclo do Ouro, em 1790, Paraty tinha 87 engenhocas de fabricar aguardente.
1808
A Corte portuguesa vem para o Brasil no período em que a cachaça ainda era um dos principais produtos da nossa economia. Mas ela começa a perder espaço para o nobre café.
1865
Encontra-se uma partitura com um toque de corneta para a distribuição de aguardente para as tropas do Governo Imperial do Brasil.
1889
É instaurada a República no Brasil. A cachaça é discriminada como símbolo do decadente passado imperial.
1922
Com o Movimento Modernista e a Semana da Arte Moderna, a cachaça começa a recuperar o status de símbolo nacional.
1995
A caipirinha foi registrada na lista dos drinques oficiais do mundo no congresso da Internacional Bartenders Association (IBA), no Canadá.
2001
O Decreto 4.062 define as expressões “cachaça” e “cachaça do Brasil” como indicações geográficas, de origem e uso exclusivamente brasileiros.
2012
O governo norte-americano, a partir de 11 de abril de 2012, passa a reconhecer a cachaça como produto “genuinamente brasileiro”, e não mais como Brazilian Rum.
PATRIMÔNIO NACIONAL
Após receber a certificação internacional e ser reconhecida como a bebida original do Brasil,
a cachaça ficou ainda mais famosa em todas as suas tipificações.
Aguardente de Cana é a bebida com graduação alcoólica de 38% vol (trinta e oito por cento em volume) a 54% vol (cinqüenta e quatro por cento em volume) a 20ºC (vinte graus Celsius), obtida do destilado alcoólico simples de cana-de-açúcar ou pela destilação do mosto fermentado do caldo de cana-de-açúcar, podendo ser adicionada de açúcares até 6g/l (seis gramas por litro), expressos em sacarose.
Cachaça é a denominação típica e exclusiva da Aguardente de Cana produzida no Brasil, com graduação alcoólica de 38 % vol (trinta e oito por cento em volume) a 48% vol (quarenta e oito por cento em volume) a 20ºC (vinte graus Celsius), obtida pela destilação do mosto fermentado do caldo de cana-de-açúcar com características sensoriais peculiares, podendo ser adicionada de açúcares até 6g/l (seis gramas por litro), expressos em sacarose.
Aguardente de Cana produzida no Brasil, com graduação alcoólica de 38 % vol (trinta e oito por cento em volume) a 48% vol (quarenta e oito por cento em volume) a 20ºC (vinte graus Celsius), obtida pela destilação do mosto fermentado do caldo de cana-de-açúcar com características sensoriais peculiares, podendo ser adicionada de açúcares até 6g/l (seis gramas por litro), expressos em sacarose e que contém, no mínimo, 50% (cinqüenta por cento) de Cachaça ou Aguardente de Cana envelhecidas em recipiente de madeira apropriado, com capacidade máxima de 700 (setecentos) litros, por um período não inferior a 1 (um) ano.
Aguardente de Cana produzida no Brasil, com graduação alcoólica de 38 % vol (trinta e oito por cento em volume) a 48% vol (quarenta e oito por cento em volume) a 20ºC (vinte graus Celsius), obtida pela destilação do mosto fermentado do caldo de cana-de-açúcar com características sensoriais peculiares, podendo ser adicionada de açúcares até 6g/l (seis gramas por litro), expressos em sacarose e que contém 100% (cem por cento) de Cachaça ou Aguardente de Cana envelhecidas em recipiente de madeira apropriado, com capacidade máxima de 700 (setecentos) litros, por um período não inferior a 1 (um) ano.
Aguardente de Cana produzida no Brasil, com graduação alcoólica de 38 % vol (trinta e oito por cento em volume) a 48% vol (quarenta e oito por cento em volume) a 20ºC (vinte graus Celsius), obtida pela destilação do mosto fermentado do caldo de cana-de-açúcar com características sensoriais peculiares, podendo ser adicionada de açúcares até 6g/l (seis gramas por litro), expressos em sacarose e que contém 100% (cem por cento) de Cachaça ou Aguardente de Cana envelhecidas em recipiente de madeira apropriado, com capacidade máxima de 700 (setecentos) litros, por um período não inferior a 3 (três) anos.